Terapeuta On Line – Egídio Garcia Coelho – IMMB.
O que é Despertar?
Afinal de contas, o que é estar desperto?
Quantas e quantas vezes ouvimos essa palavra dentro das fileiras gnósticas. Aliás, o termo “despertar” não é propriedade exclusiva dos gnósticos. Os católicos, protestantes e budistas também o usam, com significados diferentes e profundidades diferentes, é claro.
Eu mesmo durante anos e anos, em aulas e palestras, dei várias explicações a cerca do despertar. Explicações fantásticas, maravilhosas e repletas de símbolos que impressionavam a todos que me ouviam. Bem, quando de fato o processo do “DESPERTAR” teve início dentro de mim, logo me dei conta que boa parte do que havia falado não passava de bobagem.
Não há nada mais simples do que o Despertar, pelo menos em teoria.
Vivemos num mundo de sonhos. Tudo que se passa ao nosso redor é um sonho projetado pela nossa mente. O mundo, e o que nele ocorre, é como uma miragem no deserto. Numa miragem, não podemos negar o que nossos olhos vêm, entretanto essa miragem é tão inconsistente quanto o sonho que temos ao dormir. O problema é que tomamos a miragem do deserto por realidade, e a partir daí tecemos, ao nosso redor, relacionamentos dolorosos, fantasiosos e cheios de esperanças vãs, sempre baseados nessa realidade inexistente. Eis a causa do sofrimento de todos os seres humanos e inumanos.
Exemplo disso são nossos próprios defeitos. Em verdade, todos os defeitos não existem.
Alguém certamente ira dizer:
Opa, como assim! Como não existem?
E a raiva que eu tenho dos políticos, não é real?!
E a gastrite e os problemas de saúde ocasionados pela ira, não são reais!?
E as lágrimas derramadas pela perda de entes queridos, não são reais?
E o pavor de ver a morte se aproximar de mim, por acaso é uma fantasia?
Sim, tudo isso é real na medida que os danos causados por esses conflitos são visíveis tanto em nosso psiquismo quanto em nosso corpo físico. Entretanto, em realidade, a causa desses conflitos não é real, em conseqüência, o conflito em si mesmo é desprovido de realidade, ainda que seus efeitos estejam se manifestando.
Todos os conflitos são originados na mente devido às distorções que dentro dela existem. Mesmo o ego é fruto dessa distorção. É essa distorção que nos impede de reconhecer a verdadeira natureza da mente e a verdadeira natureza dos fenômenos ao nosso redor.
Outra forma de compreender a loucura que é estar inconsciente, ou seja, não estar desperto, é comparar a forma como vivemos à vida de um louco.
A loucura distorce a realidade. Uma pessoa louca dá um significado distorcido e disforme a tudo que ocorre ao seu redor. Somos assim, loucos a dar significados diferentes a tudo que se passa conosco, com a natureza e com as pessoas com as quais convivemos.
Somos muito parecidos com as crianças, e de fato o somos espiritualmente falando. Agimos no mundo como aquela criança que, ao ver um tigre de pelúcia, toma-o por real e chora tremendo de pavor e medo, apenas parando quando a mãe retira de seu quarto a causa de sofrimento. Ora, o sofrimento dessa criança é real, não podemos negar, ainda que, de fato, ele não passe de uma ilusão.
Portanto, DESPERTAR A CONSCIÊNCIA é deixar de sonhar acordado. É dar-se conta que o tigre é de pelúcia e não real. Tudo que se passa na mente do homem comum e corrente é fruto desse sonho, mesmo os defeitos que tanto nos fazem sofrer ou as alegrias que nos fazem rir e achar a vida agradável.
A grande dificuldade é romper com o processo mecânico e inconsciente do “sonho acordado”. Deixar de ver o mundo através dos filtros do ego e dos condicionamentos latentes é um desafio tremendo. Para isso existe uma
disciplina, a disciplina que no Oriente é chamada a Senda da Iluminação, e no Ocidente o Caminho do Despertar.
Ensinaremos essa disciplina àqueles que o quiserem e praticarem os pré-requisitos para compreendê-la.
Voltaremos a abordar o tema.
Daniel Ruffini
02/04/2005
Terapeuta On Line – Egídio Garcia Coelho – IMMB.
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